encontram-se entre o pensar e o respirar,
lá onde pergunta-se:
o que foi? – foram as palavras.
elas foram-se.
interditadas pelo medo da consequência – como pode o futuro,
essa sentinela-guia, transformar possibilidade em peso?
essa sentinela-guia, transformar possibilidade em peso?
condensa-se o ar inspirado que não virou palavra.
as palavras me sufocam, interrompem minha respiração.
a inspiração do poeta toma outro sentido: as mãos.
a inspiração do poeta toma outro sentido: as mãos.
o movimento aéreo das mãos inspiradas que traduzem a respiração,
não o pensamento.
não o pensamento.
no ato da fala, o silêncio tão profundamente respirado grita – não
exala – palavras não ditas.
exala – palavras não ditas.
o que se exala é a possibilidade.
